segunda-feira, 19 de maio de 2014

Coleta de informações pelos serviços de inteligência

Desde a primeira onda de vazamento de documentos secretos dos Estados Unidos, antes mesmo do recente caso Snowden, especialista na área já descrevia a capacidade do sistema estadunidense bem como a importância da inteligência para resguardar a soberania de uma nação.

TV ALMG - O Vazamento de Dados do WikiLeaks e os …: http://youtu.be/ieMfcc0Z4H8

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Elemento descritivo-básico

Elemento descritivo-básico

Um exemplo de produto analítico do tipo descritivo básico é o The World Factbook elaborado pela Central Intelligence Agency (CIA). Trata-se de uma compilação de informações sobre a história, povo, governo, economia, geografia, comunicações, transporte, forças armadas e questões transnacionais de 267 entidades mundiais. A intenção é a construção de uma base de conhecimento do tipo enciclopédica com a maior quantidade possíveis de elementos objetivos dos atores de interesse.



terça-feira, 13 de maio de 2014

Kent e os elementos do conhecimento na inteligência

Kent e os elementos do conhecimento na inteligência

Elemento descritivo-básico:

Tratam-se dos conhecimentos produzidos a partir de dados descritivos, de estilo enciclopédico, levantados pela comunidade de inteligência sobre o país alvo ou ator não estatal, sendo a "base que empresta significação às alterações diárias e sem ela qualquer especulação sobre o futuro não terá provavelmente a mínima significação" (KENT, 1967, p. 25). São muitas as áreas do conhecimento abrangidas e devem ser levantadas e armazenadas informações das mais diversas, tais como povo, economia, transportes, geografia militar dentre outros (KENT, 1967, p. 25-26).


Informações Correntes:

Segundo Kent (1967, p. 42), “A função dos ‘relatórios de informações correntes’ é acompanhar o rumo das alterações que se processam” buscando primordialmente atualizar os conhecimentos básicos descritivos já conhecidos pela organização de inteligência. A atividade de produção deste tipo de conhecimento se assemelha à produção de notícias diárias pelas mídias de jornal ou televisão (SCHMITT; SHULSKY, 2002, p. 57).


Conhecimento especulativo-avaliativo (ou estimativo):

O auge da produção do conhecimento na inteligência, segundo Sherman Kent, é a produção de documentos que contenham estimativas sobre as futuras ações do ator adverso. Desse modo, o conhecimento especulativo-avaliativo envolve um "conjunto de técnicas e maneiras de pensar, e com a ajuda delas você se esforce lógica e racionalmente (você espera) para desvendar o desconhecido, ou pelo menos grosseiramente definir alguma área de possibilidade pela exclusão de uma grande quantidade do impossível" (KENT, 1994, p. 61).

Podemos conceber a articulação destes três elementos do conhecimento numa pirâmide informacional, na qual, em sua base, encontra-se os elementos do passado e conforme subimos ao topo avançamos em direção ao tempo futuro.



                                         Fonte: Maciel, 2010, p. 51


REFERÊNCIAS:

KENT, Sherman. Informações estratégicas. Rio de Janeiro: Bibliex, 1967.
KENT, Sherman. Sherman Kent and the Board of National Estimates. Edited by Donald P. Steury. Washington DC: Central Intelligence Agency, 1994.
MACIEL, Rodrigo Fileto Cuerci. Inteligência de Estimativa: a experiência estadunidense. Belo Horizonte, Escola Superior do Ministério Público de Minas Gerais, 2010.
SCHMITT, Gary J.; SHULSKY, Abram N. Silent warfare: understanding the world of intelligence. 3 ed., Dulles: Potomac Books, 2002.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Sherman Kent




Pode-se dizer que o grande expoente na formação e consolidação da análise de inteligência estratégica nos Estados Unidos foi Sherman Kent. Acadêmico renomado de Yale, com conhecimentos em história e política francesa do século XIX, ele atendeu em 1941, então com trinta e sete anos, ao chamado do governo para que intelectuais dessem sua contribuição na Segunda Guerra Mundial. Foi recrutado então para o Research & Analysis, braço analítico do Office of Strategic Services. Seus trabalhos tiveram notoriedade, principalmente nas pesquisas de apoio ao planejamento da invasão aliada no norte da África em 1942. Destacaram-se suas habilidades para gerenciamento de equipes, principalmente em fazer com que acadêmicos trabalhassem como um time e cumprindo exíguos prazos para a produção de seus estudos. Tal feito impressionou os consumidores militares destes produtos analíticos pela riqueza de detalhes obtidas através de documentos, incluindo materiais bibliotecários da Library of Congress.

Obras de Sherman Kent:

  1. KENT, Sherman. Informações estratégicas. Rio de Janeiro: Bibliex, 1967.
  2. KENT, Sherman. Sherman Kent and the Board of National Estimates. Edited by Donald P. Steury. Washington DC: Central Intelligence Agency, 1994. (Esta disponível em: <https://www.cia.gov/library/center-for-the-study-of-intelligence/csi-publications/books-and-monographs/sherman-kent-and-the-board-of-national-estimates-collected-essays/toc.html>


sábado, 10 de maio de 2014

A construção do conhecimento pela análise de inteligência na Crise dos Mísseis de Cuba

A presente pesquisa estuda a atividade de análise de inteligência que consiste na construção de conhecimento sobre um ator adverso ao Estado. Para isso, aborda-se a prática da atividade nos Estados Unidos de modo a perceber suas características principais desde a Segunda Guerra Mundial. Parte-se da premissa que a análise de inteligência nesse país baseou seus métodos nos parâmetros positivistas de ciência, de forma que para uma melhor consideração de como se desenvolve atualmente, propôs-se estudá-la a partir dos parâmetros da epistemologia científica. Para isso, foi observado como se deu o desenvolvimento da análise de inteligência na crise dos mísseis de Cuba de 1962 de forma a reconstruir os procedimentos de coleta, tratamento e análise de informação, e perceber se crenças e pressupostos afetaram a produção analítica. Verificou-se então que a concepção positivista de ciência demandou que todas as informações fossem processadas antes que chegassem aos profissionais responsáveis pela elaboração de análises estratégicas, o que atrasou o fluxo informacional. Da mesma forma, a concepção positivista bloqueou a formulação de novas hipóteses para a questão. Além disso, as pré-concepções estavam presentes e influenciaram a produção analítica, entretanto, elas não foram explicitadas ou questionadas já que a formulação teórica da análise de inteligência advogar que os analistas se mantivessem livre delas.

Disponível em: http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/handle/1843/ECIC-9FCH82

O papel informacional dos serviços secretos


A presente pesquisa estuda o emprego das informações de inteligência como suporte à busca pela hegemonia de poder nas relações internacionais. Parte-se da premissa de que o poder duro e o poder suave, atualmente, encontram-se sob a hegemonia de uma única potência, a norte-americana. Essa potência, além de um poderio militar inigualável, do poder econômico e político, também possuiria um aparato informacional sem precedentes, sendo este último um pré-requisito para a manutenção de seu status quo. Para manter essa primazia informacional, os EUA apoiar-se-iam em seus serviços de inteligência ou serviços secretos que dariam suporte ao exercício tanto do poder coercitivo quanto do poder simbólico. A partir dessa ampla vantagem informacional em todas as esferas, os EUA constituiriam-se, possivelmente, como o Estado informacional mais sofisticado do planeta, sob o prisma das relações de poder para com os demais atores globais. Essa superioridade no terreno das informações é alicerce das bases da atual hegemonia inconteste norte-americana.